Belo Horizonte : Nossa Senhora da Boa Viagem

Belo Horizonte : Nossa Senhora da Boa Viagem

Origem

A imagem intitulada "Nossa Senhora da Boa Viagem" representa a Virgem Maria, levando o Menino Jesus no braço esquerdo e um barco na mão direita. A embarcação simboliza aquela que pertencera ao comandante Francesco Del Rei, quando de sua expedição a percorrer distâncias entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, cuja capital é Belo Horizonte. A viagem foi muito bem sucedida, em todos os sentidos, chegando à descoberta de minas de ouro (1).   Longe de se trancar nesta alegria sensível, o entusiasmo se orientou para Nossa Senhora da Boa Viagem e, por meio de Nossa Mãe celeste, para Deus. Daí, a existência do santuário.

Esta experiência nos dá a oportunidade de falar sobre a vida espiritual

Os místicos sublinham que aquele que se prende ao ouro e aos bens deste mundo, corre grandes perigos: desgostos, ciúme e amargura, tibieza e abatimento espiritual, obscurecimento da razão. Jesus Cristo promete que todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, pais, filhos e terras, renunciando aos bens deste mundo por causa do seu nome, receberá muito mais e herdará a vida eterna. (Mt. 19,29)

A alma purificada sente uma alegria completamente espiritual em dedicar a Deus o regozijo de tudo o que vê. E, sem dúvida alguma, Nossa Senhora nos convida a fazer esta experiência.

João Paulo II fala aos jovens em Belo Horizonte:

"Jovens, a riqueza maior deste Pais, imensamente rico, são vocês. O futuro real deste País do futuro se encerra no presente de vocês. Por isso, este País, e com ele, a Igreja, olham para vocês com um olhar de expectativa e de esperança."

 

Se este jovem que fui, chamado a viver a juventude em um momento crucial da história, pode dizer algo aos jovens que vocês são, penso que lhes diria: Não se deixem manipular, não se deixem instrumentalizar! Procurem estar bem conscientes do que vocês pretendem fazer e do que estão fazendo.

 

Penso que aqui, na vida de cada jovem, a bem-aventurança da pobreza espiritual ganha sentido e força concretos e atuais:

 

  • No jovem rico, para que aprenda que o seu supérfluo é quase sempre o que falta a outros e para que não se retire pesaroso (cf. Mt 19,22), quando perceber no fundo da consciência um apelo do Senhor a um desapego mais pleno;

 

  • No jovem que vive a dura contingência da incerteza quanto ao dia de amanhã, talvez até na fome, para que, buscando a legítima melhoria de condições para si e para os seus, seja atraído pela dignidade humana, e não pela ambição, pela ganância ou pelo fascínio do supérfluo. (2)

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(1) Cf. Attilio GALLI, Madre della Chiesa dei Cinque continenti, Ed. Segno, Udine, 1997, p. 897

(2) Jean Paul II, homilia em Belo Horizonte, 1° julho de 1980, Trechos dos (parágrafos ?) (§) 3, 6, 7.

 

Maria e a Beatitude dos pobres