Desde meados do século XIX, em particular, começou-se a haver interesse na arqueologia da Terra Santa.
Hoje em dia, o Estado de Israel segue um programa de escavações em seu território, mas numerosas equipes internacionais já descobriram vestígios antigos dessa terra na qual a história humana possui milhares de anos.
Particularmente, em relação aos vestígios dos tempos de Cristo, encontram-se na segunda seção do Museu Gregoriano Egípcio peças arqueológicas provenientes da Palestina, algumas datando da época da dominação romana, um período de profundas transformações políticas, culturais e religiosas, tendo em seu momento central a passagem de Nosso Senhor no mundo.
Diferentes instituições católicas, especialmente o Pontifício Instituto Bíblico, o Studium Biblicum Franciscanum e a Escola Bíblica, têm-se aplicado com bastante zelo aos estudos arqueológicos na Terra Santa, na intenção de preservar e valorizar os Lugares Santos confiados à guarda dos Padres Franciscanos, e de iluminar, através da ciência arqueológica e paleográfica, o contexto histórico, cultural e econômico da Encarnação.
As peças expostas são objetos da vida cotidiana dos tempos de Jesus, instrumentos citados com freqüência nas parábolas. O conhecimento dessas peças nos permite de melhor compreender a mensagem de Salvação e Redenção que Ele nos transmitiu.
Os vestígios arqueológicos encontrados na Palestina
A Palestina, região onde viveu o povo hebreu, tem interessado particularmente os arqueólogos:
- assim, entre inúmeros outros vestígios em Jerusalém de Judéia, encontrou-se, sob a atual Basílica do Santo Sepulcro, os restos de santuários dos primeiros séculos, construídos para venerar a sepultura de Cristo;
- Na Galiléia, em Séforis, não muito longe de Nazaré, foi encontrado um campo de tumbas do século I, que mostram como enterravam-se os defuntos na época de Jesus;
- Em Kefr Kenna, ainda na Galiléia, é o lugar das famosas “bodas de Caná”, onde Jesus transformou a água em vinho, e este lugar estava sob a areia;
- Sob o monastério das Irmãs de Nazaré, próximo à Basílica da Anunciação, também foi descoberto um sepulcro, o chamado sepulcro “do Justo”, por ter provavelmente sido o sepulcro de são José, esposo de Maria;
Na cidade de Nazaré, além da Gruta da Anunciação (descoberta nas escavações de 1955), da fonte da Virgem e muitos outros vestígios dos tempos de Jesus, também se encontrou a oficina que, segundo a tradição, se atribui a José, e onde trabalhou Jesus;
Em Choziba, acredita-se de haver descoberto a gruta onde o pai da Santa Virgem, são Joaquim, soube através do anjo que ele iria milagrosamente ser pai...
Tantas descobertas, que não somente assim fornecem uma justificativa concreta dos lugares evocados nos Evangelhos, ou nos Apócrifos e nas tradições do país, mas que, além disso, dão uma precisão cronológica à Tradição.
Assim, a geografia, a arqueologia, a história da Terra Santa, juntas, testemunham que o Cristo Jesus de quem os Evangelhos falam, viveu e bem, num país concreto, identificável e preciso, autentificando ao mesmo tempo o insondável mistério da Encarnação, há 2000 anos, no seio de uma jovem virgem da Galiléia, do Verbo de Deus feito homem...